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Assassinato de refugiado no Brasil origina onda de protestos e cria Observatório de Violência

A 24 de janeiro, Moïse Mugenyi Kabagambe foi atacado e espancado até à morte por três homens numa praia do Rio de Janeiro. Moïse, de 24 anos, foi obrigado a fugir do seu país natal, a República Democrática do Congo, devido aos conflitos armados que assolam a região há mais de 20 anos, criando mais de 5 milhões de deslocados internos e mais de 1 milhão de refugiados. Chegou com a família ao Brasil em 2014, estando a trabalhar como empregado de mesa no quiosque Tropicália. As investigações concluem que Moïse terá ido pedir o pagamento de dois dias de trabalho em atraso, tendo sido perseguido por, pelo menos, três homens que o prenderam nas escadas e o espancaram, pontapearam e esmurraram durante cerca de 15 minutos, mesmo depois de inanimado. No dia seguinte, o quiosque funcionou normalmente, com o corpo de Moïse deixado ainda atado, nas escadas do estabelecimento.

Massivos protestos e uma onda de indignação seguiram-se à divulgação do vídeo, juntando milhares em contestação à violência e à discriminação que os migrantes estão sujeitos no país. O carácter racista das agressões foi amplamente contestado, expondo mais uma vez o "pacote de violências sobre o qual o Brasil foi construído e consolidado: racismo, xenofobia, exploração e precarização do trabalho, além de violência contra o trabalhador".

Em ano eleitoral, o silêncio por parte do executivo foi contestado, tendo este posteriormente anunciado a criação de um Observatório da Violência contra Imigrantes e Refugiados para acompanhar denuncias e apoiar no desenvolvimento de políticas públicas.


Fabiano Rocha/O Globo


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